Ex-eurodeputado francês<br>acusado de corrupção

O ex-deputado europeu Jean-Charles Marchiani foi detido preventivamente na segunda-feira, 2, depois de ter sido acusado por um juiz francês de ter recebido comissões ocultas em diversos casos de venda de armas e outros negócios ilícitos.
Após um interrogatório que durou o dia inteiro no Palácio de Justiça de Paris, o juiz Philippe Courroye, responsável pela investigação financeira, pediu a prisão preventiva, de Marchiani, ex-conselheiro e próximo do antigo ministro do Interior Charles Pasqua.
O antigo prefeito e ex-deputado europeu francês é suspeito de ter desbloqueado a venda de tanques militares da empresa alemã Renk ao ministério da Defesa nos anos 90, a troco de 1,2 milhões de euros.
Terá igualmente beneficiado de uma comissão de 1,48 milhões de euros durante a negociação de um sistema da manutenção de bagagens em 1991 entre a empresa pública, Aeroportos de Paris, encarregue de gerir as aerogares da capital, e a Vanderland industries.
As duas somas foram levantadas pela justiça suíça em instituições financeiras no país, as quais foram entregues a França em 2002. Marchiani é ainda suspeito pelo seu envolvimento no caso da libertação dos reféns franceses no Líbano devido às dúvidas sobre o destino de um resgate em dinheiro, cuja existência nunca foi reconhecida oficialmente.
O ex-deputado europeu já estava acusado de abuso de bens públicos e de tirar benefícos pessoais no tráfico de influências e no comércio ilícito de armas. Em causa está designadamente o seu envolvimento na venda de armas a Angola com os empresários Pierre Falcone e Arcadi Gaydamak e a suspeita de desvio de fundos da petrolífera Elf.
Antigo agente dos serviços secretos franceses, Marchiani escapou a quatro convocações do juiz Courroye, entre 2001 e 2003, tendo sempre evocado imunidade parlamentar.
Numa carta enviada recentemente ao jornal Le Monde, citada pela Agência Lusa., o acusado afirmou que sempre assumiu a responsabilidade das missões de que foi encarregue, sublinhando que «nenhum cêntimo foi recebido ou usado de forma contrária ao direito ou à moral».


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